LA AVENTURA - 2a PARTE - PROYECTO VIAJEROS from octavio tavares on Vimeo.
SOBRE O PROJETO:
Trata-se de um projeto em que várias plataformas se juntam para a construção de material áudio-visual, plástico e textual, que se integrarão dentro de um blog na internet, com acesso aberto. O material audiovisual – curtas que se entrelaçam montando um quebra-cabeças de episódios – também está destinado a festivais, mostras e outros meios . (Leia mais em "Proposta-Base")
Obra Aberta: Todos são convidados a enviarem textos, idéias, referencias, fotografias, vídeos, que possam compor o material final.
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Para leerlo en castellano: http://proyectoviajeros.blogspot.com
POSTAGENS:
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
CENA - 2a PARTE
. CAROLINA (OFF)
Sua voz, seus olhos, suas mãos, seus lábios. Nossos silêncios, nossas palavras. A luz que vai e a luz que volta. Você insiste em descrever, delimitar, dar um lugar, uma fronteira, mas qualquer coisa que eu sinta é diferente disso que você traduz. E eu... Nem sei... Não sou... Não sou o limite entre nós dois, meu amor fica no mesmo lugar que você incita tal fronteira. Longe, longe, você se retira, declara seu amor como quem declara propriedade. Perto, perto, meu amor se mistura, sem palavras. Estou inteira... Você está até os pontos, até as reticências do seu texto todo. Suas palavras secam, fica a carcaça. Não me dei nas suas frases de amor, na sua retórica. Você ama em um embate, uma luta. O coração tem uma só boca. Tudo lançado à sorte, palavras se pensar. Os sentimentos à deriva. Tanto faz se sou eu, Moreau ou Bardot. Tanto faz, no fim, quando você está só. Quando é cinema. Meu amor vaza pela rua, entra no esgoto, suja a sua bota. Não sabe nada, nem é. Meu amor está presente, evapora. Sem histórias, sem forma. Você se arrasta pela cidade, com uma caneta e mil discursos de amor. No fim da tarde, nenhum beijo. Você só ama a sua vaidade, a sua política, sua aventura. Seu amor é velho. Viciado. Seu amor é uma ilusão. Meu amor só é.
Sua voz, seus olhos, suas mãos, seus lábios. Nossos silêncios, nossas palavras. A luz que vai e a luz que volta. Você insiste em descrever, delimitar, dar um lugar, uma fronteira, mas qualquer coisa que eu sinta é diferente disso que você traduz. E eu... Nem sei... Não sou... Não sou o limite entre nós dois, meu amor fica no mesmo lugar que você incita tal fronteira. Longe, longe, você se retira, declara seu amor como quem declara propriedade. Perto, perto, meu amor se mistura, sem palavras. Estou inteira... Você está até os pontos, até as reticências do seu texto todo. Suas palavras secam, fica a carcaça. Não me dei nas suas frases de amor, na sua retórica. Você ama em um embate, uma luta. O coração tem uma só boca. Tudo lançado à sorte, palavras se pensar. Os sentimentos à deriva. Tanto faz se sou eu, Moreau ou Bardot. Tanto faz, no fim, quando você está só. Quando é cinema. Meu amor vaza pela rua, entra no esgoto, suja a sua bota. Não sabe nada, nem é. Meu amor está presente, evapora. Sem histórias, sem forma. Você se arrasta pela cidade, com uma caneta e mil discursos de amor. No fim da tarde, nenhum beijo. Você só ama a sua vaidade, a sua política, sua aventura. Seu amor é velho. Viciado. Seu amor é uma ilusão. Meu amor só é.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
"Limite" (1921), Mário Peixoto
O filme de Mário Peixoto (considerado por muitos a obra máxima do cinema brasileiro) nos apresenta uma maneira de enxergar o mundo muito moderna. Apesar da data em que foi concebido, 1921, o filme é pioneiro na linguagem usada hoje na vídeo-arte e no cinema experimental contemporâneo. O filme reflete muito mais pela sensitividade que pela racionalidade, ele indica coisas ao invés de apenas mostrá-las como elas são. A linha narrativa vem em segundo plano, serve para ilustrar um olhar, uma maneira de perceber o entorno. Quando a mulher anda pela cidade, a sua relação com o espaço é marcada por uma percepção puramente audiovisual. A câmera mesmo é um órgão vivo, que persegue os personagens pelo campo, menos que uma instância onipresente que acompanha suas ações sensório-motoras. Tem, por isso, uma certa ambiguidade que só pode ser encontrada anos depois com o neo-realismo italiano e levado ao extremo com as paisagens humanas de Antonioni.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009
CAMPO DE VISÃO - RETRATOS
Assim como o texto enviado por Lucas Rangel em um dos comentários, segue abaixo um texto enviado por Joana Elkis. Acho que diz muito a respeito da reflexão através de um campo de visão (de novo), à respeito, principalmente, do personagem de Carolina:
"RETRATOS
Passa uma vez.
Fotografia: uma chica estranha, comendo uma comida feia.
Passa a segunda.
Ela fuma um cigarro, saciada e pensativa.
Terceira cena.
A chica deitada, sem importar-se com seu vestido que fica, então, demasiado curto. Ainda mais pensativa.
Quarta cena.
Senta-se. Agora escreve o que pensava.
Cena cinco.
Acompanhada de uma mãe e dois filhos, que compartilham o banco.
Cena seis.
A sensação de que poderia ficar o dia todo construindo retratos."
Por Joana Elkis.
"RETRATOS
Passa uma vez.
Fotografia: uma chica estranha, comendo uma comida feia.
Passa a segunda.
Ela fuma um cigarro, saciada e pensativa.
Terceira cena.
A chica deitada, sem importar-se com seu vestido que fica, então, demasiado curto. Ainda mais pensativa.
Quarta cena.
Senta-se. Agora escreve o que pensava.
Cena cinco.
Acompanhada de uma mãe e dois filhos, que compartilham o banco.
Cena seis.
A sensação de que poderia ficar o dia todo construindo retratos."
Por Joana Elkis.
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Film Stills, de Cindy Sherman
Vemos uma fotografia em branco e preto com uma única protagonista: uma mulher loira, cabelos curtos, idade média, com um pequeno chapéu de palha, vestida com um traje de jaqueta escura e blusa branca.
Tão somente podemos ver a parte superior de seu corpo, a envolve toda uma serie de edificios. A fotograaía está tomada desde um ponto de vista baixo, o que nos permite vislumbrar algo de céu. Não nos olha nos olhos, seu olhar é obliquo, nos passa de longe, nos resulta curiosa. Certamente e como indica o título mais que uma fotografía, parece um fotograma de um filme antigo.
A imagem nos resulta familiar, pode recordarnos de um filme do film noir americano. Ela sem dúvida é a protagonista dessa película, jovem, linda, bem vestida, em uma grande cidade que seguramente a preparará muitas surpresas. Cindy Sherman nos fala de uma ideia de mulher. Uma ideia, um estereotipo e uma imagem que nos remete aos filmes de Alfred Hitchcock, à uma América do pósguerra que configurou o imaginario coletivo durante décadas. Sherman representa a ficción da ficción, aquela que tinha lugar nos filmes, em uma sorte de catálogo de conhecidos papéis femininos.
Assim como Cindy Sherman, a personagem de Carolina é ressignificada pela percepção de Astor, na 2a parte do projeto. Uma vez que o campo de visão desse personagem é dado através de memórias do cinema dos anos 60, não só a cidade e a temática do filme é retratada (no sentido de um segundo tratamento sobre uma mesma matéria-prima) através da ressignificação desses filmes. Terra em Transe de Glauber, Alphaville, de Godard, O Falcão Maltês, os filmes de Hitchcock. Ele é incapaz de enxergar a personagem de Carolina como algo novo, como algo que faz parte de uma geração diferente da que ele viveu. É deixa de ser Carolina para dar espaço à Moreau, Bardot, Deneuve.




Tão somente podemos ver a parte superior de seu corpo, a envolve toda uma serie de edificios. A fotograaía está tomada desde um ponto de vista baixo, o que nos permite vislumbrar algo de céu. Não nos olha nos olhos, seu olhar é obliquo, nos passa de longe, nos resulta curiosa. Certamente e como indica o título mais que uma fotografía, parece um fotograma de um filme antigo.
A imagem nos resulta familiar, pode recordarnos de um filme do film noir americano. Ela sem dúvida é a protagonista dessa película, jovem, linda, bem vestida, em uma grande cidade que seguramente a preparará muitas surpresas. Cindy Sherman nos fala de uma ideia de mulher. Uma ideia, um estereotipo e uma imagem que nos remete aos filmes de Alfred Hitchcock, à uma América do pósguerra que configurou o imaginario coletivo durante décadas. Sherman representa a ficción da ficción, aquela que tinha lugar nos filmes, em uma sorte de catálogo de conhecidos papéis femininos.
Assim como Cindy Sherman, a personagem de Carolina é ressignificada pela percepção de Astor, na 2a parte do projeto. Uma vez que o campo de visão desse personagem é dado através de memórias do cinema dos anos 60, não só a cidade e a temática do filme é retratada (no sentido de um segundo tratamento sobre uma mesma matéria-prima) através da ressignificação desses filmes. Terra em Transe de Glauber, Alphaville, de Godard, O Falcão Maltês, os filmes de Hitchcock. Ele é incapaz de enxergar a personagem de Carolina como algo novo, como algo que faz parte de uma geração diferente da que ele viveu. É deixa de ser Carolina para dar espaço à Moreau, Bardot, Deneuve.





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domingo, 26 de julho de 2009
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