SOBRE O PROJETO:

Trata-se de um projeto em que várias plataformas se juntam para a construção de material áudio-visual, plástico e textual, que se integrarão dentro de um blog na internet, com acesso aberto. O material audiovisual – curtas que se entrelaçam montando um quebra-cabeças de episódios – também está destinado a festivais, mostras e outros meios . (Leia mais em "Proposta-Base")

Obra Aberta: Todos são convidados a enviarem textos, idéias, referencias, fotografias, vídeos, que possam compor o material final.

Para leerlo en castellano: http://proyectoviajeros.blogspot.com

POSTAGENS:

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SOBRE O NÃO-LUGAR

Você mora onde mora, faz o seu trabalho, você fala o que fala, come o que você come, veste as roupas que veste, olha as imagens que vê. Você vive como pode viver, você é quem você é. Identidade de uma pessoa, de uma coisa, de um lugar. Identidade. Só a palavra já me dá calafrios. Ela lembra calma, conforto, satisfação. Mas o que é a identidade? Conhecer o seu lugar? Conhecer o seu valor? Saber quem você é? Como reconhecer a identidade? Criamos uma imagem de nós mesmos e estamos tentando nos parecer com essa imagem. É isso que chamamos de identidade? A reconciliação entre a imagem que criamos de nós mesmos e... nós mesmos? Nós moramos nas cidades, as cidades moram em nós. O tempo passa... Mudamos de uma cidade para outra, de um país para outro. Trocamos de idioma, trocamos de hábito, trocamos de opinião, trocamos de roupa, trocamos tudo, tudo muda e rápido, sobretudo as imagens. Elas mudam cada vez mais rápido e se multiplicam num ritmo infernal desde a explosão que desencadeou as imagens eletrônicas, as mesmas imagens estão substituindo a fotografia. Aprendemos a confiar na imagem fotográfica. Podemos confiar na eletrônica? No tempo da pintura tudo era simples: o original era único e toda cópia era uma cópia, uma falsificação. Com a fotografia e o cinema a coisa começou a se complicar. O original era um negativo. Sem uma ampliação, só existia o oposto. Cada cópia era o original. Mas agora, com a imagem eletrônica e com a digital, não existe mais negativo. Nem positivo. A própria idéia de original ficou obsoleta. Tudo é copia. Não admira que a idéia de identidade esteja enfraquecida. A identidade está fora. Fora de moda.

Win Wenders.

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